
Técnicos agrícolas debatem fazer pedagógico nas escolas durante a Fenasul Expoleite
19 de maio de 2025Agptea realiza neste ano capacitações em fruticultura e mecanização agrícola na região de Minas do Camaquã por meio do Instituto de Formação do Pampa
A formação de alunos, professores e produtores rurais na área da fruticultura e também da mecanização agrícola, com o objetivo de ajudar para o desenvolvimento da região do Pampa, é uma das iniciativas que a Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea) vem desenvolvendo em 2025. No Instituto de Formação do Pampa, localizado junto ao Agptea Minas Hotel, em Minas do Camaquã, no município de Caçapava do Sul, foi realizado um curso sobre pecanicultura.
Em um auditório lotado, a aula foi ministrada pelo diretor e proprietário da empresa Divinut, Edson Ortiz. Junto com a sua equipe, ele deu orientações sobre plantio, manejo e colheita. Também abordou a gestão de uma propriedade, que pode ser consorciada com outras culturas e, assim, agregar valor para a propriedade rural. A pecanicultura é uma das possibilidades para as pequenas e médias empresas, pois o investimento inicial, mesmo sendo um pouco alto, consegue ser pago em até cinco anos.
Conforme o presidente da Agptea, Fritz Roloff, as árvores não têm tempo de validade e podem se tornar centenárias. “As tecnologias aplicadas atualmente permitem o plantio em menor espaço, com a produção de nozes em torno de três mil quilos por hectare. Isso significa que pode haver uma renda muito interessante, com as nozes sendo vendidas a um preço em torno de R$ 20,00 o quilo”, informa, colocando que nenhuma outra cultura praticada no Rio Grande do Sul tem tanta rentabilidade. “Assim como a cultura da soja, do milho e de outras, a noz-pecã depende também do clima, mas sempre vai produzir alguma coisa, sem a questão de uma perda inteira da lavoura. As árvores precisam ter um cuidado especial no início, mas a partir do terceiro ano elas começam a dar um bom retorno”, observa Roloff.
A entidade está plantando noz-pecã na região do Agptea Minas Hotel, onde já possui um hectare e meio, com plantas de um ano e meio, e agora está implantando mais quatro hectares. Roloff destaca que também será implantado um pomar de olivas. “Nós já temos um lagar, que é a máquina que faz o suco da oliveira. Muito se fala em óleo de oliva, em azeite de oliva, mas, na verdade, esta fruta é espremida a frio e o suco que sai é chamado de azeite de oliva, que é altamente benéfico para a saúde humana. Também a sua palatabilidade para a culinária como um todo é muito interessante”, ressalta.
O próximo curso já previsto pela Agptea vai abordar a mecanização agrícola, com ênfase em manejo e manutenção de tratores na pequena propriedade. Também tem outros nove cursos contratados através de um convênio com a prefeitura de Caçapava do Sul, que é do Inova RS, um programa onde recursos são destinados para a formação de jovens e adultos. “Estes cursos vão abranger tanto as questões humanas quanto técnicas, onde teremos aulas de inglês, de culinária, de gestão, de empreendedorismo, e outras da área técnica agrícola”, coloca Roloff. Ele salienta que a Associação começa, dessa forma, a cumprir o papel a que se propôs, “de fazer com que Minas do Camaquã possa recuperar a sua qualidade, assim como toda a região do Pampa”. “Estamos recebendo um bom apoio dos sindicatos, das prefeituras, do Sebrae e também da Unipampa, além de outras universidades”, afirma.
Para o presidente da Agptea, com uma requalificação cada vez mais intensa é possível fazer frente às questões que vêm atravancando, especialmente, o agronegócio. “Se para o grande produtor está difícil, para o pequeno está ainda pior. Então, acreditamos que ações voltadas para a geração de renda vão fomentar que alunos das escolas agrícolas possam ser incentivados a ficar no meio rural e a produzir”, pontua.
Roloff reforça que ações como estas irão mudar um pouco a geografia do Pampa, que há anos era considerada uma área deprimida, mas que, atualmente, já tem a melhor carne da América do Sul. Ele cita outros fatores importantes para a região como estar inserida num Geoparque e ver despontar outras culturas como a produção de uvas e de excelentes vinhos. “Os campos nativos precisam ser preservados para que não se perca também esta identidade do Pampa Gaúcho. Queremos fazer um estudo amplo para que realmente possamos integrar o homem e a natureza cada vez mais, sem perder as belezas naturais que a região nos oferece através de geossítios ou dos rios, e a própria geografia que é muito peculiar”, finaliza.