Novas ações com foco na formação de pessoas são desafios da Agptea para 2025

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3 de dezembro de 2024
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Entidade fez um balanço do ano atual e ressaltou o apoio recebido pelos associados e direções das escolas agrícolas ao trabalho realizado

O ano de 2024 foi atípico levando em consideração a catástrofe ambiental que atingiu o Rio Grande do Sul e trouxe prejuízos para todos os setores da sociedade, onde também se inserem as escolas técnicas agrícolas. A afirmação é do presidente da Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea), Fritz Roloff, ao fazer uma retrospectiva dos últimos 12 meses. Ao mesmo tempo, destacou as ações da entidade que está encerrando o ciclo da atual gestão e se referiu, em especial, ao apoio recebido pelos associados e direções das escolas na promoção do trabalho realizado.

De acordo com Roloff, que foi reconduzido ao cargo, a meta da atual diretoria se concretizou no sentido de começar uma nova forma de gestão, abrindo o campo de ação para novos empreendimentos, como o Instituto de Formação do Pampa e o Agptea Minas Hotel, na localidade de Minas do Camaquã, em Caçapava do Sul (RS). “Ainda temos muito a fazer para que esses empreendimentos realmente comecem a ter vida própria e possam se autogerenciar”, comentou.

O dirigente salientou que a nova gestão pretende seguir trabalhando para que o Instituto possa garantir novos caminhos, especialmente na parte de agroindústria e na formação de pessoas. “Queremos criar um centro de formação com cursos específicos tanto na área de mecanização quanto de fruticultura, em particular nas culturas de noz-pecã e das oliveiras. Além disso, também estão nos nossos planos pequenas parcelas de vitivinicultura de forma que também essas culturas possam ser implantadas no Pampa Gaúcho, como já acontece em algumas regiões”, informou.

Roloff reforçou a importância de que os campos sobrevivam e o Pampa gaúcho não perca a sua identidade de melhor carne do mundo. “Os campos nativos representam todo um equilíbrio ecológico e social naquela região porque dialogam diretamente com a cultura do Pampa. A partir do momento em que se rompe esta lógica e se começa a trazer commodities para essa região, nós tememos pelo solo que não é apropriado para isso. São solos rasos que podem facilmente virar desertos. Então, a batalha da Agptea é mostrar para aquela população que existem alternativas que não agridem os recursos naturais”, observou.

Outra meta da próxima gestão, colocada por Roloff, é a busca de um curso superior de licenciatura em ciências agrárias. Para isso, já existem conversas com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). “Um grupo de trabalho passará a colaborar com a reitoria da universidade para que possamos também ter professores habilitados para que, em caso de concurso, tenham condições de se candidatar”, afirmou, lembrando que, atualmente, mais de 90% dos professores da área técnica do ensino agrícola são de contrato emergencial, onde a lei fala em título precário. “Precisamos rever essa questão porque isto é a precarização da educação no Estado. Temos que ter professores efetivos que possam continuar o seu trabalho a médio e longo prazos”, alertou.

Roloff fez uma comparação entre a agricultura e a educação: “A agricultura não é uma cultura que se faz a cada ano começando do zero, pois o solo tem que ser preparado e cultivado e nós precisamos de culturas perenes. E assim também é com a educação. Não se inicia um processo para colher os frutos em um ano. A formação do ser humano se dá ao longo de toda a vida. E se nós não tivermos professores capazes de dar continuidade a um processo pedagógico, a educação será sempre fragmentada. Dessa forma, temos muito o que fazer e esperamos atingir os nossos objetivos, finalizou o dirigente.

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